15 de jul. de 2008

Por dentro do IV Congresso Brasileiro de Publicidade - 4


Terça-feira, 15 de Julho de 2008

Obrigatoriedade do diploma alimenta o debate

Regulamentação da profissão de publicitário e postura passiva dos estudantes foram assuntos abordados na Comissão de Educação

No debate sobre a regulamentação da profissão de publicitário, a obrigatoriedade do diploma causou polêmica na Comissão de Educação, Profissão e Mercado, presidida pelo professor Francisco Gracioso, da ESPM. A discussão sobre manter ou não o tópico na tese da comissão foi acalorada e, na decisão final, optou-se por retirar o texto, mas incluindo uma observação que reforce a importância do assunto e solicite que ele continue sendo discutido.

A passividade dos alunos brasileiros foi outro assunto abordado na comissão. Para o palestrante Julio Ribeiro, presidente do Grupo Talent, muitos alunos passam pela faculdade tendo como único objetivo a obtenção do diploma. Além disso, o modelo de ensino colabora para esse fenômeno ao usar sistemas de avaliação que premiam a capacidade de memorizar. 'É responsabilidade da escola transmitir não apenas conhecimento, mas também ética e atitude. Pensar proativamente pode mudar a cabeça de quem sai da faculdade', diz.

Para Ribeiro, essa é a maior era de inovação que a humanidade já presenciou. Hoje, fala-se em sustentabilidade e em formas para adequar operações de um cliente à sua imagem social. Em épocas de mudanças, de acordo com Ribeiro, é preciso livrar-se do conhecimento antigo e adquirir o novo para, então, deixar uma marca no mercado e no mundo. Surge, dessa forma, a dificuldade de aprender o que é novo e permanecer contemporâneo e, por isso, continua ele, a carreira do publicitário termina por volta dos 40 anos.

Luiz Fernando Garcia, secretário da comissão, complementou as idéias de Luiz Ribeiro afirmando que, ao adotar um modelo de ensino tecnicista, esse sempre vai estar defasado, pois é muito difícil criar uma nova disciplina cada vez que uma novidade chega ao mercado. 'Há hoje um gap, uma lacuna, entre o que a faculdade oferece e o que o mercado exige', completa Garcia.


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