Na última quinta-feira (25), a sede da Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro (RJ), abrigou mais um fórum de discussão do seminário "Brasil, brasis/2008", o "Liberdade de expressão: base da democracia", sob coordenação do acadêmico Arnaldo Niskier.
Durante o encontro, a sugestão do ministro da Defesa, Nelson Jobim, de que o sigilo de fonte deveria ser relativizado foi duramente criticado pelos presentes, que se puseram em defesa da manutenção do sigilo para garantir a liberdade de imprensa. "Não posso entender que esse aspecto esteja sendo questionado por autoridades do governo. Mexer no sigilo é agredir de forma insólita os princípios mais sagrados da liberdade de imprensa", disse Niskier ao abrir o evento.
O jornalista Cícero Sandroni, presidente da ABL, também foi enfático em afirmar que "o sigilo de fonte é um dos pilares da democracia". Para ele, se algum ministro quiser acabar com tal garantia, deve ser repreendido pelo presidente. "O sigilo da fonte é fundamental para o trabalho do jornalista", disse.
José Marques de Melo lembrou que a democracia brasileira vive um período complicado, em razão do "raquitismo da cidadania", resultado do analfabetismo e da ignorância de grande parte da população. "A maioria não tem acesso à leitura. A expansão das tiragens diárias dos jornais mostra-se descompassada com o ritmo do crescimento demográfico. Encontram-se privados da liberdade de imprensa esses bolsões da população que são marginalizados da cultura letrada", afirmou.
A jornalista e cientista política Lúcia Hippólito também esteve no evento e afirmou que a liberdade de expressão é desafiada e se soltar das amarras, que antes eram impostas pela Igreja e hoje são impostas pelo Estado. "Todas as tentativas de cerceamento de liberdade vieram em cima da imprensa, porque é nela que acontece a manifestação da diferença".
Fonte: Redação Portal IMPRENSA
Link: http://portalimprensa.uol.com.br/portal/ultimas_noticias/2008/09/26/imprensa22896.shtml
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