19 de set. de 2008

Divulgado Ranking Mundial das Marcas

IBM passa Microsoft e é segunda marca do mundo
O Best Global Brands, de Interbrand, traz a Coca-Cola na primeira posição, com a IBM à frente da Microsoft. Google segue em crescimento exponencial e já é o décimo
Felipe Turlão
19/09/2008 - 11:29

Avaliada em US$ 66,7 bilhões, a marca Coca-Cola manteve a dianteira na edição 2008 do Best Global Brands, ranking com as 100 maiores do mundo produzido anualmente pela Interbrand, com base em critérios como dados financeiros, o quanto do faturamento depende de bens intangíveis, o conhecimento sobre a marca em outros nichos que não o do consumidor principal e um item eliminatório que acabou por tirar grandes nomes da lista, como o Wal-Mart: ter mais de um terço do faturamento fora do país.

A grande novidade da edição 2008 foi a segunda colocação da IBM, com US$ 59,031 bilhões, deixando a Microsoft para trás por uma pequena margem. A marca da empresa de Bill Gates vale US$ 59,007 bilhões. E a aposentadoria do fundador é apontada por Alejandro Pinedo, diretor geral da Interbrand Brasil, como um dos fatores que derrubaram a companhia no ranking. "A Microsoft vem de um período complicado, com o criticado lançamento do Windows Vista, a saída de Gates e a falta de clareza na correta comunicação do que a companhia faz exatamente", disse."A IBM, por outro lado, tem se aproveitado muito, tanto do ponto de vista financeiro, como de marca, de seu novo posicionamento de ser não mais uma fornecedora de PC´s, mas uma parceira de negócios, oferecendo soluções para os problemas das empresas", afirma.

Outras companhias de tecnologia também ficaram bem posicionadas, como a Nokia (5ª) e Intel (7ª). Mas as que tiveram o maior crescimento em relação ao estudo de 2007 foram o Google, com 43% - mantendo o a alta anual de mais de 40% observada desde que começou a ser avaliado, em 2005 - e a Apple, com 24%.

Já o cambaleante setor de serviços financeiros teve três empresas entre as cinco maiores quedas, ao lado de GAP e Ford: Citi, Morgan Stanley e a Merrill Lynch, esta comprada pelo Bank of America na semana passada (o ranking foi finalizado antes da crise dos mercados financeiros, ocasionada pela quebra da Lehman Brothers). "As marcas mais fortes do setor são as que menos sofrem, como no caso da Goldman Sachs, que mantém uma boa posição (38ª)", lembra o executivo brasileiro. "A marca reduz o risco e protege a empresa", decreta Frampton.

Marcas brasileiras longe das maiores do mundo
Nenhuma marca brasileira está entre as cem mais importantes do mundo, segundo o Best Global Brands da Interbrand. "O problema é a visão de negócios. O brasileiro já demonstrou ser muito competente como gestor, mas sofre de complexo de inferioridade. Quando a empresa sai do País, pensa demais em ganhar dinheiro, sem atentar para a construção de uma marca forte e que se imponha. E a marca é um ativo muito importante dentro dos negócios de uma companhia que quer se internacionalizar", afirma Alejandro Pinedo, diretor geral da Interbrand Brasil.

Para ele, as empresas que reúnem maiores condições para isso são a Petrobras, Vale, Gerdau, Votorantim, Havaianas, Sadia e Natura. Esta última, apesar dos problemas para se firmar no exterior, é apontada por ele como o Google do Brasil. "A Natura, assim como o Google, coloca o seu DNA em tudo o que faz", elogia.

Para o CEO global Jez Frampton, as marcas só são globais quando elas transcendem a idéia de nação, conseguindo dizer o que elas fazem para diferentes públicos no mundo com simplicidade. "E há muito poucas marcas que conseguem isso e estabelecem-se na idéia de ser global", afirma.

Um pouco do potencial das marcas tupiniquins poderá ser conhecido com o lançamento do primeiro ranking das 50 maiores empresas da América Latina, que ocorre em 27 de setembro.

Confira as 20 primeiras do ranking:

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